quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Audaciosamente

É comum vermos listas com "10 melhores bandas", "20 melhores filmes", "50 melhores livros". As redes sociais tem ondas de listas nas quais os participantes se divertem fazendo suas próprias versões dessas listas. Vez por outra, participo delas. 
Mas é natural em todas as pessoas iniciarem com "não está na ordem". Novamente, faço parte dessa turma. E a área que mais tem me divertido nos últimos 10 anos são as séries de tv. E se listar as 10 melhores (20, 50, 100) é uma tortura, escolher a melhor de todos os tempos é impossível.

Mas se tem uma coisa que é moleza, é dizer qual foi a mais importante. E aqui, não tem disputa, não tem briga, não tem debate aceitável: É Star Trek

(Tripulação Original)

Tudo que tem de bom hoje em séries de televisão, mesmo as que vemos em streaming, online, youtube, reprises, downloads, boxes devemos a eles. Tudo. Absolutamente tudo. E hoje, 8 de setembro de 2016, quando celebramos 50 anos a estréia de Star Trek, é um dever de todos nós prestar nosso respeito.
Star Trek, a Original, colocou uma tripulante mulher e negra na ponte de comando da nave, ao lado de um russo, um japonês e um alienígena, em 1966. Eu mesmo, nascido em 1974, tenho alguma dificuldade de sentir o impacto disso. Entendo ao pensar sobre, mas não consigo medir o quanto isso foi impactante em uma sociedade no auge da Guerra Fria, pouco mais de 20 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial.
Mas se isso é assunto batido (sim, é), lembremos que foi a primeira a criar o conceito de reprise em larga escala. Pelo curioso e complicado sistema de "syndication", Star Trek foi reprisada nos EUA à exaustão por anos depois de seu cancelamento. E o era com índices de audiência sólidos e confiáveis. Os fãs viam e reviam os mesmos episódios e não se importavam com isso. 
Depois começaram a surgir os eventos específicos da série. Imagine o amigo leitor como se divulga uma convenção de fãs antes da invenção da internet.* ** E elas cresceram ano a ano.
Nos anos 80, uma década depois de seu cancelamento, a franquia tinha forças para ir ao cinemas. Os filmes se sucederam a ponto dos produtores da televisão se dobrarem: era preciso aproveitar o conceito.
O spin-off surgiu, com The Next Generation, que durou 7 anos. E outros vieram, com um capitão negro, outra capitã mulher e por aí fomos.

Em tudo isso, Star Trek foi pioneiro. Foi audaciosaPara 2017, esse universo chega ao streaming, no Netflix. Não foi pioneiro nisso, mas não importa mais. Veremos tudo de novo em janeiro. 

Meu caro Gene Roddenberry: se estiver lendo isso, meu muito obrigado a você. Que Star Trek continue a ter vida longa e próspera.

*o leitor mais jovem precisa acreditar neste relato: havia vida inteligente antes da internet)
** sim, o leitor mais jovem precisa acredita neste relato também: houve um "antes da internet 

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