quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Proibido não gostar

O amigo leitor notou que é proibido não gostar ou falar mal de certas pessoas/instituições hoje dia? Aliás, algumas delas nem sequer é questão de ser hoje em dia. Pois tente postar em seu mural no Face algo criticando:
- Beatles
- Garrincha
Machado de Assis
- Bombeiros
- Woody Allen
- Atletas Paraolímpicos
- Saramago
- Bob Dylan (entrou para a lista de vez agora em 2016, com o Nobel recebido)
- Chico Buarque (a parte artística é tida como impecável)
- Samba das antigas
- café
- Juscelino 
- Kubrick
- novelas dos anos 70
- musicais da Broadway
entre outros.
(em vermelho os que eu não acho isso tudo, por milhas)

Se fizer, esteja preparado para os ataques. Mas não vim falar de nenhum deles, mas de outro cara, absolutamente idolatrado por 11 em cada 10 cinéfilos: Sérgio Leone. Pois vou falar mal dele (afinal, como notou a amiga Jessica Crocco, eu não consigo ficar sem uma treta semanal).

Já vi dois filmes dos nove dirigidos pelo cidadão: Por um Punhado de Dólares a Mais e agora vi Era uma Vez na América
Vi o primeiro como cobrança de um ex-amigo. Ele insistia na genialidade da história. Meu comentário é que era uma sessão da tarde mediana, com graves erros de consistência. No pior, uma supostamente fantástica cena de assalto a banco acontece ao meio dia, no exato momento em que a população inteira da cidade é abduzida por seus almoços, ou algo assim: não há um único transeunte em cena. Ainda sobra as paredes internas do banco serem 3x mais espessas que as externas. Entre outras.
Mas agora, via Netflix, vi o segundo de minha lista. Uma história, devo dizer, interessante com um belo formato de montagem. Mas é uma aporrinhação de quase 4 horas que podia perfeitamente ter sido 1h40. A primeira hora não tem, simplesmente, nada. Dava para simplesmente começar o filme lá pelos 55 min, enquanto se faz a pipoca, sem perda de conteúdo. Os tiroteios são péssimos, o sangue não convenceu nenhum dos meus cães, e não foi por falta de oportunidade. Um roteiro com potencial e um conceito de montagem interessante jogados pela janela do excesso de ego: sim, o filme tem mesmo quase 4 horas. Um porre.
Enfim, acho esse cara fraco demais. Demais.
Pronto, falei.

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