quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Angra dos Reis 4 - Dias 4 e 5: mergulhos e mergulhos

Mergulhar é preciso, viver não é preciso.

  • Dia 8
O primeiro cilindro (Log #39) foi, finalmente, no Pinguino.
O Pinguino é um naufrágio sem vítima que comemora 50 anos em junho de 2017. É um clássico de Angra por estar em profundidade moderada (16m), por ser fácil de chegar e por acumular vida. Qualquer mergulhador iniciante já foi nele. Exceto este blogueiro.
Ocorre que em minha primeira viagem a Angra, passei mal antes de descer nele, e tive que abortar. Na segunda vez, estava fazendo prova de especialidades, então não pude aproveitar. Mas da terceira vez não passou.
Havia uma térmica pouco abaixo do deck principal, mas nada que incomodasse demais. A navegação é simples: dê quantas voltas quiser e conseguir, veja tudo, começando por baixo. O casco é forrado de corais, das mais variadas cores. Ao longo do passeio, muitos peixes: sardinhas, garoupas verdadeiras, paru adulto, sargentinhos, salema e alguns corcoracas. 
Épico.

O segundo cilindro (Log #40) foi no Alvo.
A visibilidade estava absurda, bem como a luminosidade. Era um mergulho inédito para nós, em corrente: o barco nos deixa em um ponto e nos pega a certa distância (150m), sem precisarmos retornar. Era um risco para Luciana, que tem histórico de problemas no ouvido, mas tudo correu bem. 
Vida distribuída ao longo do percurso: coiós, sargentos, cirurgiões, salemas, donzela, papagaio de recife, porquinho de pinta laranja e borboleta listrada. 
A subida foi exatamente a 50 psi de gás, muito precisa. 
  • Dia 9
Pela primeira vez, acumulávamos 5 dias consecutivos de mergulho.
O primeiro cilindro (Log #41) foi em Itaquatiba, percurso tradicional de ida e volta. Nenhuma surpresa técnica.
Muitos ouriços ao longo do percurso. Também esponjas variadas e corais mais coloridos que o usual. Havia um tipo de esponja com um pequenos tentáculos roxos, parecidos com as pontas do ouriço, mas sem o centro mais denso. Ao me aproximar, a criatura rapidamente recolheu os tentáculos em um receptáculo em forma de sino. Impossível mostrar novamente aos colegas de mergulho. 
Os peixes incluíam: coiós, enxadas, parus adultos, salemas, borboletas-listradas, 2 caranguejos e um belíssimo amboré-neon. Outro destaque foi o peixe-cachimbo, pequeno e listrado preto e branco.
O segundo cilindro (Log #42) teve um incidente no final. Pretendíamos dar a volta na ilha de Saracura, enfrentando a corrente no início e aproveitando-a no final.
Mas logo nos primeiros minutos  avistamos raias-chita (2? 3?), livres, soltas e felizes. Gastei muito gás para me aproximar, mas valia a pena. Depois disso, um berçário de sargentinhos, um peixe morcego achado pela Lu, um baiacu-de-espinho, corcora, porquinho de pinta laranja, coiós, borboletas-listradas, enxadas e um barrigudinho.
No final, quase com 40 minutos, Luciana pediu para subir por forte câimbras na perna. Seguimos o procedimento de resgate para mergulhador cansado sem dificuldade: ela ainda tinha gás de sobra no cilindro para inflar o colete e respirar por ele se quisesse. Terminamos mais cedo do que o planejado, mas foi um ótimo dia ainda assim.

Na chegada, outra boa notícia: teremos mergulho noturno no sábado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário