sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Além da PEC-241

Já apoiei o que tinha que apoiar a PEC-241. Alguém disse que ela é péssima: é como amputar o braço para salvar o paciente. Por aí mesmo, infelizmente. E não foi por falta de aviso. Interessante o governo Temer deixar claro já em seu início que não quer adotar uma linha populista, que levaria à quebra das contas ou à inflação: toma medidas impopulares e necessárias.
De tudo que eu ouvi contra a PEC-241, tem uma enormidade de bobagens. Mas não tudo. Um ponto os críticos tem toda razão: há outras coisas a serem cortadas antes. Embora seja verdade em essência, o problema desta afirmação é que ela sequer arranha o problema. Vamos dar dimensão à coisa: o déficit previsto para 2016 é de 170 bilhões (com B) de reais. Basicamente, é um boleto de R$ 800 para cada brasileiro, homem, mulher, idoso, criança ou bebê de colo. Note que o boleto vence em 31/12, mas para 2017 vem outro.
Divaguei. Vamos então a outras ideias que, sim, eu apoio e cobro neste post. 
  • Redução do Congresso
Antes mesmo de entrar no detalhe das despesas, 81 senadores e 513 deputados são exagero. Se fazem questão que achar que isso aqui é uma federação, que seja um senado com 1 senador por estado e uma câmara com 1 deputado a cada milhão de habitantes (mínimo 1, arredondado para cima). Estimei que daria 27 senadores e 216 deputados. 
Porém, se a economia na câmara fosse de 50% das despesas anuais, isso daria... meio bilhão de reais por ano. Meio.
Segue fonte de informação dos custos.
  • Reforma da Previdência
Aqui, simplesmente não há dados confiáveis porque cada um mente como achar melhor. Mas uma parte do cálculo não tem como ser ocultado, e vou com ela. Em uma conta de padeiro, cada trabalhador contribuiu, incluindo a parcela do empregador, com 20% de seu salário para a previdência. Mesmo fazendo de conta que todo mundo contribui certinho, que não há perdas e nem custeio do sistema, para cada ano trabalhado há dinheiro para o aposentado receber por cinco anos. Quando se guarda 1/5 (20%), a conta é assim. Daí o maledeto do aposentando trabalhou 35 anos e quer ficar recebendo dos 55 até os 72 anos. Assim não dá: ele tinha que morrer aos 62 para isso dar certo...
Sem essa reforma, o governo tem que entrar com dinheiro para essa conta fechar. Não entendo que tipo de maluco nega isso, mas é assim mesmo.
  • Cargos Comissionados
Deu, né? Só de petistas eram 50 mil recebendo assim. Chutando um custo médio mensal (salários e encargos) de 10mil reais, dá 6,5 bilhões de reais por ano. Importante, mas não resolve a parada.
E não é porque o PT saiu que o problema magicamente se resolveu não, que fique claro.
  • 12 Ministérios
Alguns até chamariam os ministros de "apóstolos", mas vamos a eles: Fazenda, Defesa, Relações Exteriores, Educação, Saúde, Economia Primária (Agricultura, Pecuária, Pesca, Minas), Economia Secundária (Indústria, Energia), Economia Terciária (Serviços, Comércio, Turismo), Justiça, Comunicações e Transportes (Internet, Rádio, TV, Mídia, Estradas, Ferrovias, Aeroportos, Portos) e ainda 2 a critério do presidente, o que dá o tom da sua gestão.
O resto é exatamente isso: resto. Cortemos os cargos de assessores, custos de apoio e tudo o mais.
  • Privatização Intensa
Governo tem que direcionar o país, não construí-lo sozinho. Privatiza geral, até para não ter nada para ser roubado: Correios, Petrobrás, Eletrobrás e escambau. 
Chega, deu. O estado tem que ser algo tão pequeno que o corrupto não tenha o que roubar. tão simples quanto isso.
  • Liberar Drogas e Aborto
Aqui nem é questão de custo em si, mas de administração de despesas: parem de gastar dinheiro com coisas que não vão levar a nada e gastem com o que precisa. Ficar investigando clínica clandestina de aborto ou o traficante de maconha não traz nenhum benefício ao país. Prendam o ladrão, isso sim.
Quem quiser fazer aborto que faça, quem quiser cheirar pó que cheire. Só não encham o meu saco e nem gastem meus impostos com isso.

Ainda tenho uma ideia meio doida, que daria um trampo fenomenal para pôr em prática (e mesmo para explicar), que deixo para outro post.

Um comentário:

  1. Apenas para acrescentar - a contribuição previdenciária do empregado é de 10 a 15% depende de sua remuneração, a cota patronal é + 20% e não completando até 20% como já foi um dia. Cada trabalhador gera para previdência 30% de sua remuneração. Porém, a cota do empregado se limita ao teto previdenciário a cota patronal NÃO. Além disso, realmente há o CSLL e COFINS q deveriam ir, pelo menos em parte, para previdência.

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