sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (21)

Dia 7 não deu tudo exatamente certo.
Eu havia marcado com o amigo Carlos Tuco de nos encontrarmos em Greenwich, no National Maritime Observatory. O pessoal aqui não tava exatamente alinhado com minha intenção, então ficou corrido. Pra piorar, ele não apareceu.
Ficamos por lá vendo a exposição e tiramos fotos no Meridiano de Greenwich. Ter um pé em cada hemisfério é muito engraçado. Depois pegamos uma apresentação sobre fotos de astronomia no planetário, que impressionou pela qualidade da imagem.
De lá, eu queria pegar meu London Pass, mas não ia dar, de novo. Então seguimos até o Natural History Museum para mais uma chuva de de conhecimento, informação, curiosidade, imagem e organização. Em resumo, museuzaço. Muita Geologia, pedras das mais variadas, explicações de como se formam os solos, réplicas de diversos animais, esqueletos e, claro, dinossauros. Muita coisa. Três horas e meia mal deram para ver o que tinha.

Com importante mudança estrutural, chegamos ao dia 8. O Leal ia embora para o Brasil e a partir disso, eu me viraria sozinho. Ele tava meio bodeado da minha presença depois de um mês viajando juntos e debandou pro Zoológico. Então toquei meu plano de conhecer Londres a fundo e parti, Oyster Card no bolso, para o metrô sozinho.
Comecei indo a Leicester Square buscar o cartão, o que aconteceu sem sustos. Eu tava meio baleado nesse dia, então antes de cair na atividade, fui bater perna na National Gallery. Fiquei por lá até 12h, mas sem poder tirar fotos, mesmo sem flash (eu me pergunto: o que diabos eles acham que eu vou fazer com a foto ?). Passei pelas 16 grandes recomendações do mapa. Aprendi que os fãs de arte são um bando de paga-pau. Depois falam dos trekker e dos jediístas. Lá tem um quadro do Rafael que está incompleto e todo mundo acha a coisa mais linda e maravilhosa que tem. Grande porcaria, digo eu. O que mais me chamou a atenção, e lógico que não estava na lista dos 16 mais macho-blatcho quadros do museu foi The Adoration of the Kings, abaixo:


Observem que eu baixei isso da internet, ok ? Desculpem as bordas cinzas, mas eu estava cansado demais para limpar a imagem. De todo modo, mal dá para ver a riqueza de detalhes da pintura. Cada dobra de tecido, cada relevo de tecido, cada folha das plantas foi cuidado. Absurdo.
De lá, fui para Westminster Abbey, fazendo minhas primeiras 18 libras de economia. Bonita ? Sim. Imponente? Sim. Firme e sólida ? Sim. Mas muito lotada também. E, novamente, a regra estúpida de não se poder tirar fotos. E olha que tem montes de lápides famosas ali: Darvin, Newton, vários primeiros ministros, reis Henry III, Edward I e II, rainha Elisabeth I e Mary, rainha dos Escoceses... Túmulos sempre escavados em mármores raros muito legais. E ainda um buraco causado por uma bomba nazista. 
De lá, fui para St. Paul's Cathedral, encerrando o longo ciclo religioso da viagem. E economia aqui foi de 15 libras, acumulando 33. Obra-prima de Christopher Wren, ela tem sacadas incríveis. O domo foi desenhado para ser imponente. Ele optou por 365 pés de altura, para representar os dias do ano, com 100 pés de diâmetro, que era o máximo que o domo aguentaria sozinho nas contas dele. Visto de fora, ok. mas por dentro isso fazia com que as imagens do domo ficassem muito altas e difíceis de enxergar. O gênio decidiu fazer um sub-domo, com mosaicos no teto. Não deixaram porque ia ficar caro, então ele mandou os pintores fazerem os mosaicos na tinta. O domo é visitável até o limite da altura. Por dentro, você pode ouvir o que qualquer um sussurra nessa área. Por fora, uma visão de Londres comparável apenas com a da London Eye. Mas foram 528 degraus que me doeram por 2 dias depois. Ainda se pode visitar a cripta, que é uma réplica do andar central, com mais capelas, mais túmulos e a homenagem ao Wren. Grande pedida.
Depois encontrei o Carlos Tuco e passeamos por umas 3 horas pela City até pararmos em um excelente pub para tomar umas cervejas e comer.

Um comentário:

  1. No fundo, todo especialista em algo é no fundo um paga pau. Ouvi isso de um embaixador do whisky num evento da Johhnie Walker (sim, ele é um paga pau também e sabe disso). Logo, porque seria diferente com arte? :P

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