quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Menos, menos

Amigo leitor, você já tentou acompanhar os canais esportivos ultimamente? Está difícil... O drama se pauta na falta de pauta. Ou na utilização de pauta única para ser mais justo no comentário.
Entendo que existam certos eventos que realmente mereçam cobertura intensa, para não dizer exclusiva, por parte dos canais esportivos. Olimpíadas seria o exemplo mais justo, pela quantidade de competições simultâneas que acontecem. Por analogia, Olimpíadas de Inverno e Jogos Panamericanos, que atraem uma curiosamente elevada e positiva audiência no Brasil enquadram-se nisso. Copa do Mundo acaba gerando o mesmo de modo indireto. Na realidade, a Copa gera 128 horas (64 jogos) de competição em 32 dias. São apenas 4 horas de material inédito por dia (na média), com forte concentração nos primeiros 15 dias. Mas não é o que se vê, pois temos os VTs, especiais, mesas-redondas, reportagens sobre o que o determinado jogador está comendo, vestindo ou falando, documentário sobre a torcida simpática do Cuquistão e por aí vai...
Mas tente ligar nos canais esportivos agora, em dezembro/janeiro, quando o futebol brasileiro está em férias. Só passa futebol estrangeiro, amigo. É campeonato italiano, inglês, espanhol, francês, alemão... São dois a quatro jogos por dia, boa parte deles em VT. A única exceção é a cobertura dos playoffs da NFL pela ESPN, e novamente se nota algum exagero monotemático de novo. Será que o brasileiro é assim mesmo, só quer ver futebol na tv? Ninguém mesmo se interessou pelo Mundial de Handball, vencido pela meninas brasileiras? 
O torcedor esportivo brasileiro médio é um completo babaca, incapaz de acompanhar um esporte que não tenha brasileiros vencendo. É por isso que audiência da F1 despencou nos últimos 20 anos: o brasileiro jamais gostou da F1, ele gostava de ver piloto brasileiro vencendo. Tivemos picos de audiência com Guga Kuerten, na época da pátria de raquete, e mais recentemente com Anderson Silva em seu auge no UFC. Passados os dois, temos uma onda de futebol estrangeiro, com aquele maldito ufanismo de falar do jogador brasileiro no time A ou B, ou na esquadra de brasileiros no time C. 

O leitor pode, agora, me criticar: antes você reclama que o torcedor só quer ver brasileiro ganhando e quando passa outra coisa, você também reclama. Você não está feliz nunca?
Neste caso não, pois acho um retrocesso. Quem sabe se tivéssemos volei, basquete (a NBA está esquentando agora), hoquei, rali Dakar no ar eu estivesse menos inquieto. Mas esse monotema todo irrita e revela. Irrita um tanto e revela muito. E, não, não acompanherei o BBB.

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