segunda-feira, 24 de março de 2014

Crimeia

A crise da Crimeia chama a atenção do mundo. Ninguém quer ouvir os mimimis do ditador norte coreano quando o grande urso russo acorda. Ninguém acha o tal avião malaio (4-8-15-16-23-42 feelings), mas as manchetes tratam mesmo é desse crise. Vamos a ela.
A Crimeia é que chamamos de rito de "passagem em jogo" de tabuleiro. Todo mundo quer, todo mundo pega por um tempo, e pode ser decisivo para apontar o vencedor. Copio e colo um parágrafo escrito por Hélio Schwartsmann, colunista da folha, incapaz que sou de escrever em menos ou melhores palavras:

Se há uma parte do planeta com experiência em infernizar a vida dos cartógrafos, é a Crimeia. De 700AC para cá, a península trocou de mãos mais de uma dúzia de vezes, tendo sido controlada por cimérios, búlgaros, gregos, citas, romanos, godos, hunos, czares, o Principado de Kiev (precursores da atuais ucranianos), gregos bizantinos, venezianos, genoveses, kipchaks, otomanos, tártaros da Horda Dourada, mongóis, russos, alemães e ucranianos modernos.

No mais recente imbróglio, a região pertencia aos russos soviéticos, que doaram o território para os ucranianos soviéticos em 1954. Dado que era um país só que pretendia tomar a hegemonia do planeta, não deveria dar problema algum.  Deu em 1991, quando a realidade bateu na porta dos soviéticos e a economia planejada apresentou sua fatura. 
Daí o território permaneceu com os ucranianos. Ocorre que até 1954, a população era quase exclusivamente russa. Ao passar para o lado ucraniano, e de modo pacífico, iniciou-se uma mistura linguística-cultural. Mas foram apenas 60 anos, algo insuficiente em escala sociológica, para suprimir as diferenças. O resultado é um setor com um tanto de ucranianos, e uma maioria que se considera russa. Quiseram, então retornar à pátria mãe.
Até aí, nada de mais.
Mas não foi beeeem assim. Claramente houve um dedo russo no processo para precipitar os acontecimentos. Há relatos de infiltração de agentes russos nas manifestações em Kiev que pediam a aproximação com a União Europeia. As tais  manifestações se opunham ao presidente eleito acusado, com certo grau de razão, de ser fantoche do Tzar Putin. A bagunça se estabeleceu e um processo relâmpago de secessão seguido de anexação se viu em pouco dias. 
Ainda daria para engolir, mas o assunto parece não ter acabado. Os russos tomaram navios ucranianos estacionados na região. Isso não fazia parte de nenhum acordo. Agora amontoam tropas na fronteira. Dão indicação de que podem, a qualquer momento, marcar sobre Kiev. 
Isso já passa um tanto da conta. Os russos são expansionistas por vocação nacional. Não criaram o maior (em área) país do mundo por acidente. E tem bombas atômicas ativas, o que pode resfriar a vontade ocidental de dar um basta nisso. 
Sim, pode ficar feio, embora eu não aposte nisso.
Se há uma 

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