sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desacordo Ortográfico

Embora tenha algum domínio do vernáculo, eu odeio a língua portuguesa. Na verdade, não é um ódio direto. O que eu odeio mesmo são regras estúpidas e nesse quesito, amigos leitores, nem o código penal coleciona tamanha quantidade e variedade de regras desnecessárias, ineficazes, complicantes, estúpidas e doloridas. Burrice aguda, sem sombra de dúvidas. 
O tema voltou ao noticiário ontem, com o adiamento da obrigatoriedade da adoção do novo acordo, amplamente divulgado na mídia. Segue link. Já me pergunto porque tomar uma decisão tão próxima ao prazo final.... De todo modo, há diversas críticas sobre o acordo, seja pela falta de coerência interna geral, seja pela desnecessidade de mudanças ou seja pela maneira impositiva como se estabeleceu o mesmo, sem nenhuma consulta a nós, usuários finais do idioma. A minha crítica vai além: o português é recheado de regras contraditórias que não trazem nenhum benefício a quem lê, muito menos a quem escreve. Desfilarei aqui algumas das coisas estúpidas da nossa língua, em ordem de lembrança (ou seria lambança ?).
  • ç: Vem cá: para que diabos serve a porcaria do ç ? Segundo aprendi na escola, o ç aponta a origem étnica da palavra. Bullshit. Se eu quiser saber a origem da palavra, eu pesquiso em outro lugar. Morte imediata ao ç. Açúcar deveria se escrever assúcar. (mais mudanças abaixo). E ainda tem o agravante da internet neste caso.
  • s com som de z: É a mesma desculpa acima. Se temos o z para fazer o som de z, não precisamos o s para criar confusão. Daí, o s simples passa a ter som de s e fim de papo. Casa deveria se escrever caza e açúcar deveria ser asúcar.
  • ce e ci com som de se e si. Mais uma confusão besta. Se você quer saber como as sílabas deveria soar, pergunte uma criança de 6 anos em processo de alfabetização. Ela rapidamente te responde as sílabas do B (ba-be-bi-bo-bu) e do D (da-de-di-do-du). No entanto, tem a complicação do C, onde o natural é ca-que-qui-co-cu. Pois que seja, oras. Deixem o som de s para o s: serca, serto, sidade, aparesida.
  • x com som de s.Se você está lendo o artigo todo, esta é natural: prosimidade, espansão, esterno.
  • g com som de j: Seguindo o mesmo raciocínio do c, as sílabas do g deveria sem ga-gue-gui-go-gu. Isso elimina duas confusões em uma só regra: acabamos como gu[vogal] desnecessário e matamos a confusão com o j em uma só. Assim teríamos gerra, gitarra, garajem, jinástica.
  • ch: Morte instantânea também. Se temos o x, usemos o x. xarada, xácara, xinelo
  • qu: A rigor, o q não é necessário para nada. Podemos perfeitamente escrever cuaze, cuando, ceijo
  • h sem som: Sem som, sem letra. Fim. Exemplos seriam oje, ora, ortelã.
  • l com som de u: Fácil de resolver. Ficaríamos com soutar, acaumar.
Vamos ver o caso prático então. Usarei o 2o parágrafo deste mesmo post, que cuidadosamente escrevi de modo que contivesse pelo menos um de cada caso listado. 

O tema voutou ao notisiário ontem, com o adiamento da obrigatoriedade da adosão do novo acordo, amplamente divugado na mídia. Sege link. Já me pergunto porce tomar uma desizão tão prósima ao prazo final.... De todo modo, á diversas críticas sobre o acordo, seja pela falta de coerênsia interna jerau, seja pela desnesesidade das mudansas ou seja pela maneira impozitiva como se estabeleseu o mesmo, sem nenhuma consuta a nós, uzuários finais do idioma. A minha crítica vai além: o portugês é rexeado de regras contraditórias ce não trazem nenhum benefísio a cem lê, muito menos a cem escreve. Desfilarei aci augumas das coizas estúpidas da nosa língua, em ordem de lembransa (ou seria lambansa ?).

Radical, não ?
Alguns dirão que assim fica muito feio de ler, mas vale lembrar que mesmo o senso estético é algo treinado, mutável e com o qual se acostumam aos novos padrões.

Um comentário:

  1. Pelo que entendi você quer tornar o português parecido com o espanhol.

    Olha, eu não pretendo discutir o acordo (basta dizer que eu não concordo com ele mas não fui consultado) mas TODA língua no mundo tem uma série de peculiaridades que não fazem sentido num primeiro momento, e que alguém sem um doutorado em Letras não consegue explicar.

    Basta pensar que para o teste de fluência da língua japonesa, o grau mais alto de fluência é quase impossível de se conseguir sem um phD em Letras - Japonês...

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