quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Chance de uma Vida (3)

Checados os cintos de segurança e HANS de Saulo e Gary, Brad deu um sinal de ok, liberando o carro para a pista. Gary fez um sinal positivo para Saulo, que acelerou com cuidado soltando a embreagem do carro lentamente. Tudo que ele não queria era passar a vergonha de deixar o carro morrer no pit lane. O carro deu um salto a frente e acelerou macio. Saulo sorriu embaixo do capacete. 
Ele lentamente aplicou potência e o controle era muito mais firme do que ele imaginava. Na saída dos boxes, Gary fez um sinal de 2 com os dedos da mão esquerda, e Saulo passou para a segunda marcha e pisou mais forte. O carro respondeu como esperado. Por volta dos 5 mil giros, ainda baixo para esse tipo de motor, Gary indicou 3. Saulo passou a terceira marcha e pisou o que ele considerava ser 80%. Teve toda a reta oposta para ganhar velocidade. Mesmo com a indicação de um cone do lado direito da pista, sinal de redução de velocidade, Saulo engatou a quarta e última marcha, contornando a curva 3. O carro virava mais do que ele esperava, indicação de que ele podia estar muito mais rápido do que aquilo. 
No meio da curva 3, uma surpresa: a marca de 2 cones à esquerda, sinal de que ele podia acelerar novamente, apareceu no meio da curva. 
- Uau - pensou ele - eu posso acelerar aqui ele esse carro termina a curva ?! Isso vai ser realmente forte...
E pisou um pouco mais ganhando velocidade na curva 4 e fechando a primeira volta. 
Saulo ainda não confiava de todo no carro, então decidiu fazer uma segunda volta ainda sem força máxima. Contornou a curva 1 sem dar toda potência e tirou o pé antes da marca de redução. Como Saulo contornou a curva 2 dentro das marcas indicadas na pista e reduzira antes do sinal, Gary não tinha instruções a dar e permaneceu observando. Saulo acelerou até o meio da reta e e manteve a velocidade na segunda parte. Novamente, era o que Gary esperava. na curva 3, Saulo usou toda a pista, reduzindo apenas na marca externa com um cone. Manteve a velocidade, passou pelas marcas indicadas no chão, e acelerou exatamente no ponto indicado. 
- O cara é obediente - pensou Gary - vai ser um passeio tranquilo com ele. 
Mal sabia ele o que estava por vir.
Terminada a segunda volta, Saulo se sentiu confiante e acelerou mais. Fez a curva 1 mais rápido, ainda sem dar o máximo possível. Reduziu para a curva 2 no ponto exato indicado, contornou com segurança e conforto e voltou a acelerar no ponto certo. Fez a reta quase com o pé embaixo e repetiu a manobra da curva 2 ao chegar à curva 3. Percebeu, então, que elas são diferentes na prática: como as curvas 4 e 1 são leves, o carro chega mais rápido à curva 2 do que na curva 3. Significa que ele podia frear menos nela. Foi o que fez.
O carro balançou um pouco de traseira, mas estava no eixo certo. 
- Ele quer mais - pensou Saulo sobre o carro - então vai ter mais. Sorriu. 
Gary estava preocupado. Achou o garoto abusado e potencialmente perigoso. Deslocou sua mão direita para o redutor de potência, pois poderia ser necessário. 
Saulo acelerou tudo para terminar a segunda volta lançada e fazer uma boa terceira volta. Contornou a curva 4 com o pé embaixo, passou pela linha de chegada e partiu para a volta seguinte disposto a fazer um bom tempo.

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