terça-feira, 12 de novembro de 2013

USA 2: Dia 20 - Chave de Ouro

Que tal fechar a viagem com algumas chaves-de-ouro, hein?
Pela manhã, fomos eu e Maurício a Chinatown. Aquela mesma, dos filmes e tal. Ficava a 1 milha do hotel, com uma única curva incrivelmente óbvia para ser feita. Fomos cedo, já com o plano de tomar café por lá. O cedo aparentou ser problema, pois muitas lojas estavam fechadas ou abrindo. Logo entendemos que Chinatown é um trecho de cerca de 800m de uma rua, estendendo-se uma quadra para cada lado. Isso mesmo, amigo leitor paulistano: é menor que a Galvão Bueno em nossa Liberdade.
Em uma dessas laterais achamos uma, literalmente falando, padaria chinesa. Pareceu um bom lugar para o café da manhã pois um veículo de entrega estava sendo carregado ali. Acertamos. Foi meio complicado fazer o pedido, pois nem atendentes nem clientes falavam inglês. O cardápio era em chinês. Nas paredes. Sem preço. Um caos completo. Ainda assim, comemos 2 pães recheados cada um, com chá de não sei o quê, ao custo total de 7 obamas.
Eu buscava armas de kung fu, missão que logo abandonei. Chinatown tem 3 tipos de lojas: mármores e decorações, lojas altamente especializadas em algum tema específico (e nenhuma delas era de artes marciais) e quinquilharias. Este último tipo predomina fortemente, e são todas a mesma coisa. Vendem pratos, talheres, copos, assadeiras, mamadeiras, brinquedos, roupas, canetas, caixas, leques, maquiagem, envelopes, cardeiras, CDs, cinzeiros, facas, ferramentas, tábuas de passar roupa e eventualmente, aparelhos de som. Mais ou menos nessa ordem. 
Eu quase estava decepcionado quando achar uma loja que o Maurício procurava para comprar chá chamada Red BloomsomQue loja, que atendimento e que aula de chá que tivemos ! Mais que dobrei meu skill no assunto em uma hora. Fizemos parte de uma cerimônia do chá com a dona da loja que explicava tudo com incrível calma e precisão. Não tenho nem como escrever aqui todos os detalhes, mas para resumir, saibam que um bom chá permite que você passe vários turnos de água fervendo por ele, e ele deve ficar melhor a cada passagem. 
Andamos um pouco mais e achamos, por acaso, um restaurante listado para ir: Stinking Rose. O caras fazem tudo a base de alho. Tudo. Marcamos o local, voltamos ao hotel para buscar a Sandra e voltamos lá para comer. Pedimos uma entrada de alho no azeite com pães de alho e o prato principal foi frango ao alho. O cardápio dizia que ele vem com 40 dentes de alho, mas acho que tinha bem mais que isso. Ainda sairia de lá com uma camiseta, temperos e uma lembrança para a namorada.
A escolha do local ainda tinha um bônus: ficava exatamente no meio do caminho entre o hotel e o píer 33, local de saída do passeio da tarde. Andamos calmamente até lá para a visita noturna a Alcatraz.
Outro golaço do dia. Havíamos comprado os ingressos em agosto e logo lá vimos várias pessoas darem de cara com a porta: ingressos esgotados até dia 12. Planejamento é vital, gente.
O barco nos levou até lá e fizemos um primeiro tour com áudio guide muito bom, narrado e comentado por guardas e detentos que estiveram por lá. O foco é o bloco de detenção, mas são mostradas outras partes também. Durante esta parte, pegamos o pôr-do-sol, onde pude fotografar o sol abaixo da Golden Gate e raspando o horizonte. Lindíssimo, espero que a foto tenha ficado boa. Depois do tour, há 4 opções de narrativas adicionais e cada um por si escolhemos a mesma: a grande fuga de 1962. Muito bom o passeio, mesmo. Classificação Asimovia: 3 sabres de luz.
Descemos no píer 33 e caminhamos para o 39 com a intenção de jantar. Nada fechou com a gente, não sei porquê, e seguimos até o píer 45. Lá era algo mais simples e ficamos em um restaurante de frutos do mar onde comi uma salada de camarão e um peixe (qual mesmo?) com legumes. Delicioso.
Fizemos uma rota para voltarmos a pé para o hotel e bem no começo da rota damos de cara com o famoso bondinho que cansamos de ver pela cidade e não havíamos usado. Seis obamas por pessoa e fizemos mais um passeio que ainda nos economizou tempo. O sistema do bonde é uma coisa muito engenhosa. O bonde em si não tem motores ou nenhum tipo de propulsão. Um mecanismo de tração abaixo dos trilhos é engatado e traciona o bonde pela linha. Sei lá eu como engata isso, mas é bem divertido.
Descemos no ponto final, a tempo de passar em um Walgreens e comprar suprimentos para a viagem de volta.
E assim acabava uma de minhas melhores viagens.

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