Assisti esta semana a uma palestra sobre a Internet das Coisas. A parte final da mesma foi um misto de alerta com desabafo pelo palestrante a cerca da falta de atenção dada pelo governo brasileiro a esse assunto. Segundo ele, e este blogueiro concorda, não se trata de um "se", mas de um "quando". E a não participação implicará na adoção de algum padrão pronto estrangeiro.
Algum.
Algum implica haver mais de um. E, de novo, este blogueiro concorda com a afirmação implícita de que haverá mais de um padrão. De novo, e de novo e de novo.
Impressiona-me como a raça humana é, na prática, aversa a padrões universais. Até entendo que alguns padrões sejam impossíveis de serem atingidos, até porque o assunto surgiu antes do conceito de padrão universal. Aqui, ficam o destaque para o idioma e a moeda.
Mas mesmo depois do conceito de padrão apresentar suas vantagens mais do que evidentes, sempre temos mais de um padrão, até mesmo quando apenas dois são possíveis. O exemplo mais gritante é o sistema de unidades, ainda em disputa entre o britânicométrico e o universal. E pensar que esse é apenas uma birra britânica com o fato do outro ter sido criado por franceses. Também existe a diferença entre a direção pelos lados direito ou esquerdo da pista. E estamos longe de terminar a lista. Seguem outros casos:
- calendário
- quantidade de dias no ano (os árabes usam 360 até hoje !)
- data de início e término do horário de verão
- pinos das tomadas
- lado em que fica o bocal do combustível (preste atenção na rua hoje mesmo)
- frequência e voltagem da energia elétrica
- Documento Único (só no Brasil, temos RG, CPF, CNH, Eleitor e PIS-PASEP, numa busca mental rápida)
- Fuso Horário (Venezuela, por exemplo, usa horas fracionadas)
- Padrão de televisão preto-e-branco, a cores e HD.
Observe-se que algumas dessas coisas são recentes ou sofreram mudanças recentes.
Nas últimas décadas vimos a guerra do padrão de video-cassete entre Betamax e VHS ser vencida pelo padrão pior, e foi uma vitória comercial, não racional. Na sucessor do DVD (Blu-ray x HDDVD), pelo nenos venceu o melhor, mas de novo por motivos pouco nobres. Mesmo antes disso, houve um ensaio de disputa entre LD e DVD pelo padrão do disco de filme. Até mesmo a genial iniciativa do USB enfrenta resistência dos babacas da Apple.
A única exceção que me veio à mente foi o CD, mas justamente por ser padrão permitiu a cópia relativamente fácil e que mudou a cara da indústria fonográfica no mundo. Também ouvi falar sobre a padronização dos carregadores de celular, assunto que avançou mas não está fechado.
Eu me pergunto, amigo leitor, por que é tão complicado padronizar a coisas. Compreendo que existam interesses econômicos envolvidos, mas falar nisso é pensar excessivamente no curto prazo em detrimento do longo. Lembremos que o padrão perdedor, além de não gerar recursos, gerou despesas de montanhas de dinheiro em pesquisa e desenvolvimento.
Mas o consumidor e cidadão está aprendendo os malefícios disso, e começa a ter menos paciência com esse assunto. Insistir em padrões próprios é, como gosto de mencionar, burrice aguda.
Mas mesmo depois do conceito de padrão apresentar suas vantagens mais do que evidentes, sempre temos mais de um padrão, até mesmo quando apenas dois são possíveis. O exemplo mais gritante é o sistema de unidades, ainda em disputa entre o britânico
- calendário
- quantidade de dias no ano (os árabes usam 360 até hoje !)
- data de início e término do horário de verão
- pinos das tomadas
- lado em que fica o bocal do combustível (preste atenção na rua hoje mesmo)
- frequência e voltagem da energia elétrica
- Documento Único (só no Brasil, temos RG, CPF, CNH, Eleitor e PIS-PASEP, numa busca mental rápida)
- Fuso Horário (Venezuela, por exemplo, usa horas fracionadas)
- Padrão de televisão preto-e-branco, a cores e HD.
Observe-se que algumas dessas coisas são recentes ou sofreram mudanças recentes.
Nas últimas décadas vimos a guerra do padrão de video-cassete entre Betamax e VHS ser vencida pelo padrão pior, e foi uma vitória comercial, não racional. Na sucessor do DVD (Blu-ray x HDDVD), pelo nenos venceu o melhor, mas de novo por motivos pouco nobres. Mesmo antes disso, houve um ensaio de disputa entre LD e DVD pelo padrão do disco de filme. Até mesmo a genial iniciativa do USB enfrenta resistência dos babacas da Apple.
A única exceção que me veio à mente foi o CD, mas justamente por ser padrão permitiu a cópia relativamente fácil e que mudou a cara da indústria fonográfica no mundo. Também ouvi falar sobre a padronização dos carregadores de celular, assunto que avançou mas não está fechado.
Eu me pergunto, amigo leitor, por que é tão complicado padronizar a coisas. Compreendo que existam interesses econômicos envolvidos, mas falar nisso é pensar excessivamente no curto prazo em detrimento do longo. Lembremos que o padrão perdedor, além de não gerar recursos, gerou despesas de montanhas de dinheiro em pesquisa e desenvolvimento.
Mas o consumidor e cidadão está aprendendo os malefícios disso, e começa a ter menos paciência com esse assunto. Insistir em padrões próprios é, como gosto de mencionar, burrice aguda.
"sistema de unidades, ainda em disputa entre métrico e universal". Perdão, mas o sistema internacional utiliza o metro... E já que estamos no assunto, devo ressaltar que "voltagem" é um erro linguístico. O termo é tensão.
ResponderExcluirAinda que no caso de celulares temos a diferença entre os aparelhos em si, com configurações diferentes de corrente em seu funcionamento, por exemplo. Há realmente impedimentos técnicos e ainda assim estão caminhando bem para um padrão.
Quanto sobre a Apple, acho que o desafio é colocar o acento circunflexo em uma letra utilizando o infeliz do mac. É option + i, e não há indicações. Vai entender...
Sobre o termo tensão, perfeito seu comentário. Manterei o texto errado para valorizar sua participação.
ExcluirSobre o sistema, vou corrigir por erro mental grave da minha parte. Acompanhe.
Voltagem pelo menos é tranquilo, brabo mesmo é ouvir amperagem ao invés de corrente em um filme dublado. Dói
ExcluirPetri