quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Lista Negra: Motorola

Em fevereiro de 2011 comprei um aparelho Motorola Defy em promoção. Paguei R$ 199. Desde então, minha vida com a telefonia móvel vem se tornando um inferno gradativamente mais quente.

  • Dos fatos.
Desde os primórdios da telefonia móvel no Brasil a Motorola é um player relevante no mercado. Dos jurássicos tijorolas analógicos, passando pelos startacs e variados níveis de smartphones, a empresa sempre teve uma parcela considerável de mercado.
Da minha parte, nunca fui fã. De algum modo, os aparelhos pareciam sobrevalorizados pelos usuários, caros demais para o que faziam, hyperhiped. Talvez seja uma visão de um, então, fãboy da Nokia. Mas não gostava e pronto.
Até que surgiu o maldito dia em que um colega de trabalho achou a tal promoção na Claro. Fui lá e comprei. Em tese, era uma boa compra: smartphone android 2.1, 8GB de memória, câmera de 2.1, cabo, acesso à rede motoblur, carregador, carregador para carro, tela sensível e vidro gorila glass, resistente a choques.

  • Dos problemas.
Não tardaram a começar os problemas. O mais básico é o travamento de tela. Sem motivo algum, a tela simplesmente se trava, tanto em modo de repouso quanto em uso. Isso mesmo: você está no meio de alguma ação e ela é interrompida porque a tela trava. É preciso apertar o botão ações gerais (acima) para apagar a tela, apertar novamente para ativar tudo, desbloquear e continuar o uso. Pense nisso durante uma navegação por GPS, jogo, ou composição de email. Um saco.
Ligar o aparelho é um exercício de paciência. É simples: basta apertar o botão único por 2 segundos e ele faz o resto. Só que o resto leva 2 minutos inteiros. Juro.
A bateria é uma mentira. Nunca durou mais de 2 dias, e em uso altamente controlado. Na prática, é necessário carregar toda noite, quando não durante o dia também. Hoje fico até na dúvida se não comprei um aparelho fixo por engano, de tanto tempo que ele passa na tomada.
Outra cagada monstruosa é o tal botão único. É ele que trava e inicia o destravamento da tela sensível. Porém, ele também recusa ligações, o que é completamente estúpido, na medida em que uma ligação pode ser recusada por um comando na tela. O drama surge quando você recebe uma ligação que quer atender, mas a tela está travada. Tentar destravar implica em recusar a ligação. Dãããã.
O tal Motoblur é uma boa e funciona boa parte do tempo. Vez por outra, ele oculta alguns contatos aleatoriamente escolhidos, mas nada de muito grave. O problema é que o serviço foi descontinuado. Nenhum dos novos aparelhos tem a opção. Então, o conceito de fazer backup móvel de contatos morreu.
Daí, o aparelho achou por bem começar a se desligar sozinho. Sem ordem, sem pedido e até no meio das ligações ! E não estou falando de cortar a ligação, é desligar o aparelho inteiro mesmo. Curiosamente, esse problema durou alguns meses e parou sozinho.
O Defy tem hardware claramente subdimensionado. Aparelhos android são, ou deveria ser, multitarefa. O Defy é multitarefa até a página 2. Depois disso, você percebe que até alternar entre os aplicativos ativos é lento, ineficaz, chato e pode levar à queda de um, ambos ou todos os aplicativos iniciados. Ou seja, impraticável.
A câmera não é ruim. Mas leva tanto tempo para ser ativada que você provavelmente perde a foto.
O GPS perde contato a toda hora. Não tem boa sensibilidade e te deixa na mão em momentos críticos, como naquela hora em que ele te sugere cortar o trânsito pelo meio da favela da Paraisópolis e então não te mostra a saída.
Como a esta altura estou ficando sem cores para continuar reclamando, vou resumir a história e confessar que perdi a cabeça há uns dias e arremessei ele no chão com fúria. Quebrou a tela. Nem culpo o gorila glass por essa: joguei com força mesmo. Agora uma boa parte da tela está trincada, impedindo a visualização adequada, com destaque para o destravamento de tela e a área do teclado sensível que compõem o quadrilátero u-i-b-n (veja no seu teclado que isso inclui as letras "y u i h j k b n". Tente enviar um mensagem ou um email sem essas letras, apenas para fins acadêmicos... Claro que a tecla de "voltar" também está quebrada. 
E, ainda, agora ele está com iniciativa própria. Sai clicando nos aplicativos e contatos, e ligou para duas pessoas nesta madrugada.
Amável.

Esse foi meu primeiro e último aparelho Motorola. Recomendo a qualquer pessoa que nunca compre essa marca: simplesmente é um lixo. Quem ler isso e depois comprar um motorola, é um burro agudo.

Um comentário:

  1. Bom, eu só tive dois motorola até hoje: um tijorola analógico gigantesco e um V3 (por pouco tempo). Não tenho reclamações de nenhum deles. Mas todo mundo que eu conheço reclama dos Motorola pelo mesmo motivo que reclamam da HP: bonito, mas frágil e bem pouco prático.

    Mas admito que sempre fui e ainda sou fã da Nokia. Meus melhores celulares (a saber, um N95, um N8 e meu atual que é um Lumia 820) foram todos deles. E admito que eu me surpreendi positivamente com o Windows Phone.

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