quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Da cor que o cliente quiser.

É famosa a frase atribuída a Henry Ford nos tempos do Modelo T: "O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto". Naquele contexto tecnológico, fazia todo sentido dar tamanha preferência a uma cor mais barata e mais rápida para secar. Hoje em dia, isso mudou, certo ?


A iluminação não ajudou muito a câmera do meu celular, então explico: essa é a garagem do meu prédio, onde é possível contar 8 carros pretos lado a lado. Aquele primeiro cinza que aparece é orgulhosamente mente meu (depois dele tem um prata e mais um preto). Fiz um apanhado geral do meu andar da garagem naquele momento. Foram 32 carros, dos quais 18 pretos. Na verdade, para sair do trio preto-cinza-prata, tinha apenas dois vermelhos. Nada de azul, amarelo, marrom, branco ou outras das 9 cores existentes*.
O consumidor brasileiro de carros gosta de coisas sóbrias em seus possantes. Pensa, com bom grau de correção na minha humilde opinião, que os carros de outras cores são "alegres" demais e não transmitiriam uma imagem de seriedade no trabalho, por exemplo. Curiosamente, é o mesmo sujeito que toma várias e conta diversas piadas no ambiente de trabalho. O branco, embora sóbrio, não é do agrado dos paulistanos acostumados a ver o branco nos taxis. Em termos resumidos, o vermelho é visto como esportivo, "coisa de moleque"; marrom é apenas feio; azul ainda vai se for bem escuro; azul claro, amarelo e verde, embora nacionalistas, é "coisa de biba"; obviamente o rosa é para meninas.
Cada um que tome suas decisões de acordo com seus sensos estéticos e objetivos pessoais. Mas ao se somar o todo, a cena fica triste, feia até. Que pena.

* Defendo a tese que só existem 16 cores no universo. Até agora, identifiquei: branco, preto, cinza, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil, violeta, rosa, bege, marrom e bronze. Ainda disponho de duas vagas, na verdade.

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