terça-feira, 14 de agosto de 2012

Para agradar Zeus (1)

Amigos, o fato de eu considerar as Olimpíadas o evento mais divertido e completo do planeta não o exime de imperfeições na minha opinião. Acho que pode ser melhorado em diversos aspectos. Farei então considerações, sempre tendo em mente um lado prático: não basta ser "legal", mas tem que ser possível e plausível.
Por "possível" e "plausível", incluo questões como quantidade e tamanho das arenas bem como a quantidade de atletas que afeta diretamente o tamanho da Vila Olímpica, calendário, interesse comercial em se assistir ao vivo ou pela televisão as modalidades que pretendo sugerir a inclusão. Outro aspecto é a "desportividade": um esporte olímpico tem que ser antes de tudo um esporte internacional. Perdoem-me os jogadores de xadrez (que gosto muito) e poquer (nem tanto), mas são jogos que não podem ser chamados de esporte. O brasileiríssimo futvolei também não cabe neste momento, embora fosse algo com custo baixíssimo (sem trocadilhos com Romário, por favor) de implementação pois jogaria na mesma arena do volei de praia, sem mudar nada. Começo com os esportes puros.
Será que algumas das modalidas não são por demais "iguais"? O Atletismo, em corridas "rasas" utiliza as distâncias de 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m, 5.000m, 1.0000m e Maratona. Muitas dessas provas têm campeões olímpicos repetidos. Não tenho nada contra se oferecer a chance a um atleta acumular medalhas, mas proponho a questão se não fica "mais do mesmo". Também acho que os índices olímpicos poderiam ser mais apertados: não precisávamos de 120 (ou algo assim) candidatos à medalha de prata nos 100m rasos em Londres. Por outro lado, acho que algumas categorias seria muito interessantes de serem introduzidas:
- Revezamento misto: 4x100 2+2 e 4x400 2+2
- Maratona de revezamento: 4x 1 quarto de maratona
- Revezamento em decatlo: 10 caras, cada um na sua prova. Idem para heptatlo. Essa prova apontaria a melhor equipe de atletismo do mundo.
- Arremesso combinado: soma-se as distâncias arremessadas nas 4 modalidades: peso, dardo, martelo e disco. Ou se coloca um fator de conversão... Sei lá, mas achei divertida a ideia.
Nenhuma delas impõe qualquer tipo de custo adicional de instalações.
Por último e mais radical, sugiro que a Maratona seja uma prova aberta a todos, nos mesmos moldes das maratonas de rua. Já existe expertise para se organizar provas com 30 a 50 mil pessoas na rua. E o apelo de oferecer ao simples mortal uma chance de competir em uma Olimpíada seria algo incrível. O custo disso não é maior do que o da prova de rua comum. Pode-se cobrar taxas de inscrição nos mesmo termos. Não vejo como isso pode ter problemas.
Na Natação, faço os mesmos questionamentos quanto a provas muito parecidas e índices técnicos baixos. De modo similar, sugiro revezamentos mistos: 4x100 2+2, 4x100 medley 2+2.
Até por desconhecimento, não quero palpitar sobre o Halterofilismo: deixemos assim.
Os esportes de luta merecem um enfoque diferente. Antes de mais nada, é preciso lembrar que o ser humano tem seu instinto animal bastante presente. Poucos de nós podem dizer que "nunca brigaram na vida" e eu não sou um desses. Quem nunca teve que conter um momento homicida contra alguém que o ameaçou, trapaceou ou algo assim ? Os esportes de luta apenas representam uma versão desportiva disso. Daí vai meu apoio à inclusão de outras modalidades mundialmente conhecidas e praticadas: Karatê, Kendô, Jiu-jutsu, Muay-thai, Braço-de-Ferro (sim, estou falando sério) e, claro, MMA. Aqui, os cri-críticos vão dizer de tudo: que não são esportes, que não são famosos, que não são internacionais... Nem me darei ao trabalho de rebater essas bobagens. Se alguém tiver algum argumento real, fique a vontade para apresentar. E, claro, um mea culpa prévio caso tenha esquecido alguma modalidade.
Também acho que todas deveriam utilizar o mesmo sistema de torneio, com as mesmas categorias e mesmo quantidade de participantes. Não acho legal termos 10 categorias de peso no Boxe e apenas 4 no Taekwondo. Também não acho certo termos 32 judocas por categoria e apenas 16 no Taekwondo. Por último, acho absurdo o conceito de "bye" em uma competição olimpica: lutar uma vez a menos e uma vantagem enorme. As chaves deveriam ser completas e fechadas, sejam de 16 ou 32 participantes. O excesso de atletas adicionais pode ser administrado com um calendário inteligente sobre o qual falarei ao final de tudo.
Dentre os que já existem a Esgrima vive uma séria crise. Não é um esporte nada prático de se assistir. Virou um enorme show de luzes, no qual você torce para acender a luz do cara que você gosta. Não tenho sugestões quando a isso, mas a respectiva federação precisa pensar em algo para o esporte não desaparecer por falta de interesse. Boxe, Judô, Taekwondo e Luta Olímpica são o que tem que ser: quem não gosta que mude de canal.
Vou parando por aqui para não tornar o texto longo demais (embora talvez já seja meio tarde para me preocupar com isso).


Um comentário:

  1. Cara, penso parecido em quase tudo, fora talvez que provas de revezamento misto deveriam ser uma categoria à parte (junto com por exemplo duplas mistas no tênis).

    Mas vale mencionar que eu concordo com o critério para um esporte ser considerado para as Olimpíadas (número mínimo de países praticando o esporte) mas eu pessoalmente acho MUITO ERRADO um atleta de outro país estar no time olímpico (ou na seleção de futebol) por ser naturalizado. A gente acaba encontrando aberrações como no Futsal, onde a seleção de diversos países da Europa é praticamente composta por brasileiros.

    Em relação à esgrima, eu penso o mesmo que penso do kendo como esporte olímpico: a estrutura atual é tão complexa que apenas quem é do meio entende o que está acontecendo de fato. Mas tentar simplificar a modalidade para torná-la mais palatável ao grande público faria ela deixar de ser o que é. Basta ver a discussão que existe no Japão em relação ao Judo (o Judo olímpico não é sombra do que era o Judo originalmente) e em relação ao Jiu Jitsu x Brazilian Jiu Jitsu.

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