quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vôo de galinha

Os petistas estão animadíssimos com a última pesquisa eleitoral em São Paulo. Mas não com Haddad, que está ainda abaixo dos 10%. Comemoram a liderança de Russomano sobre Serra (31% x 26%). Líder apenas na rejeição, o tucano perderia o segundo turno se a eleição fosse hoje.
Mas...
Não se iludam com os números, pessoas. O plano é mais amplo e muito melhor arquitetado do que parece. Desde 1998 o PT tem manipulado os resultados das pesquisas. De um modo bastante estranho, o eleitor brasileiro é amplamente influenciado pelas mesmas. E com base nisso, o PT infla os números a seu favor buscando juntar votos dos indecisos.
Isso não deveria funcionar. Escolher candidato com base em pesquisa eleitora, é burrice aguda. Certamente não funciona em um país com maior maturidade político-eleitoral. Mas aqui dá certo e a arma é amplamente usada. O caso mais gritante foi a eleição dos representantes paulistas para o Senado em 2010. Nenhuma pesquisa apontava José Anibal sequer com chances de disputar a segunda vaga. Venceu, com folga.
A manipulação é feita na base. Os pesquisadores mudam as respostas dos entrevistados em uma razão devidamente orientada pelo Partido. Nem precisa muito: se de cada 5 eleitores tucanos 1 tiver a resposta adulterada metade dos entrevistadores, é suficente para um 30% virar 27% por exemplo.
Observe-se que Haddad subiu de 6% para 9%. Já começou a "drenagem". Dentro de 3 semanas estará acima dos 10% e em um mês entre 12% e 15%. Aos poucos, tirarão os votos falsos de Russomano.
E qual a razão disso ?
Diversion.
O conceito é traçar um cenário falso e vender aos tucanos a ideia de que o adversário a ser batido é Russomano. Não é, nunca foi. Mas se os tucanos engolirem, errarão (novamente) a estratégia de marketing político.
A conferir.

4 comentários:

  1. Essa eleição vai ser a mais dura das que eu tenho lembrança. Por definição eu não voto no candidato da Universal, mas por nada no mundo eu voto no Serra depois do que ele fez em SP. Nunca nem ouvi falar no Haddad até agora e ficar entre o Chalita, a Soninha e o Levy Fidelix é um pesadelo...

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  2. Opa. Eu voto no Serra sim. Ele deixou a prefeitura para evitar um pesadelo PTista no governo do estado. Achei uma perda válida.

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  3. Disse isso antes e repito: uma pessoa que vota no Serra não pode reclamar depois de político que mente. Perda válida ou não, palavra dada é compromisso assumido.

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  4. OK, agora que eu vi algumas várias pesquisas de intenção de voto, eu posso falar o que vou dizer com mais segurança: nessa você errou.

    Não vou entrar no mérito da manipulação de pesquisas, apesar de eu ter para mim que eu me lembro que o José Aníbal apareceu sempre bem colocado na campanha para senador em 2010. Lembro disso porque achava um absurdo sem tamanho, porque alguns anos antes o Zé Aníbal tinha sido condenado por corrupção.

    Voltando, a razão do Russomano estar tão na frente é bem simples: a população de São Paulo não acredita que o Serra é capaz de ganhar do PT.

    Explico: li essa semana (preciso achar de novo a matéria) sobre uma pesquisa que uma diretora do IBGE fez em São Paulo, e que concluiu que cerca de 50% da população é antipetista. Essa porcentagem não tem filiação partidária, ela simplesmente vota naquele que eles acreditam que é capaz de ganhar do PT na população. Como o índice de rejeição do Serra é muito alto (e com justiça) boa parte dos votos anti-petistas vão para o candidato mais famoso.

    Some a isso o fato de que (agora) três das Grandes Evangélicas de São Paulo (a saber: IURD, Renascer e Assembléia de Deus) estão apoiando o Russomano abertamente e você vai chegar na mesma conclusão que eu: gostando ou não, o Russomano só perde se fizer uma asneira gigante.

    Algo para explicar o que eu penso:
    http://blogs.estadao.com.br/vox-publica/2012/08/31/rivais-confinam-serra-a-zona-antipetista/

    Em tempo: se acontecer do Serra não ir para o segundo turno, quer porque o Russomano se elegeu direto no primeiro, quer porque o Haddad cresceu muito, isso vai ser um golpe duro de assimilar na carreira política dele.

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