quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Olimpi-tacos (1)

Estão rolando as Olimpíadas de Londres. Ok, o leitor tem que ter chegado de Marte agora para não saber disso. Então comento o que vi e li a respeito até agora.
A primeira coisa que me impressiona é a turma do "que treco chato". São pessoas tão desocupadas que têm tempo e disposição suficientes para escrever um texto ou portar um comentário dizendo que Olimpíadas são uma coisa chata, sem graça ou repetitiva. Pergunto se essas pessoas, além de não gostarem de nenhum dos 25 esportes olímpicos, não são capazes de respeitar o gosto dos outros. Porra, mano, vai ver a porcaria da novela das 8 e me deixa em paz com minhas medalhas! O segundo aspecto é sair do ufanismo e ver a competição per se. Ver a superação do indivíduo ou do time, achar e aproveitar as oportunidades, treinar anos por aquela competição não são histórias lindas e, melhor que isso, verdadeiras ? Provavelmente, o sujeito se encaixa em um de dois grupos: ou é incapaz de ver a beleza da vitória alheia ou acha que esporte é só futebol no estilo "Vai, Coríntias" ou equivalente. Either way, é burrice aguda.
Lindíssima a Cerimônia de abertura. Foi uma epopéia grega para eu conseguir assistir, já que o DVD-R me deixou na mão na transmissão ao vivo e o decoder da NET na reprise. Precisei baixar 3GB de um arquivo em MP4 para poder ver. Gostei demais de como foi contada a história da Grã-Bretanha, embora, claro, tenha sido apenas um pedaço dela. A parte musical também foi espetacular, incluindo o show do Paul. Não tem como não ficar com medo da abertura da Rio-16, com bateria da Mangueira, música-tema do Michel Teló e última música cantada pelo Luan Santana. Honestamente, qualquer coisa acima de um completo desastre já vai estar ok pra mim.
Esportivamente, somos um país de bola. Sem bola, nos perdemos. Não temos capacidade de produzir esgrimistas, boxeadores, halterofilistas, atiradores, canoístas ou ciclistas. Temos alguma tradição em Vela e Judô, é verdade, mas são sempre frutos de esforços individuais. Também sofremos uma síndrome crônica de perder quartas-de-finais. Um dia eu faço um levantamento completo da lista.
Os lances mais interessantes foram o desespero da atleta sul-coreana que foi garfada na esgrima. A federação já pediu desculpas pelo erro, mas quem devolve a medalha agora, hein ? Phelps já é o maior de todos: até o momento soma 19 medalhas olímpicas, sendo 15 de ouro. Acho que são apenas 40 países que fizeram mais que isso, somando todas as participações.
Ficam destaques negativos para atletas que, na falta de termo melhor, amarelam nas Olimpíadas: Daiane dos Santos e Diego Hipólito. Há outros, mas só lembrei deles enquanto escrevo. Não os chamarei de perdedores ou incompetentes. Mas cansou essa coisa de toda vez errarem e ficarem de fora.
Nos próximos dias, tem mais.

Um comentário:

  1. Cara, eu concordo com você em quase tudo, mas para ser honesto eu já fui mais entusiasta das Olimpíadas do que sou hoje (não que seja significante, eu já fui mais entusiasta da Seleção Brasileira e da Copa do Mundo tb). Acho que eu também estou ficando velho e chato.

    Em relação à Daiane dos Santos e o Diego Hipólito, eu penso deles o mesmo que eu sempre penso do Hugo Hoyama quando vejo ele na delegação olímpica (aliás, mais de quarenta e na sexta olimpíada, com chances de chegarna sétima? Way to go):

    Não sei se devo admirar ou ficar assustado pelo fato de ninguém parecer ser capaz, no país todo, de ganhar dele...

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