quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Moralidade sem Religião

Achei o video abaixo no blog do Carlos Orsi. Perca 16 minutos da sua vida vendo isso, por favor. E use as legendas, estão aí para isso.

Bom, hein ?

13 comentários:

  1. É, infelizmente as pessoas meio que se recusam a enxergar o óbvio de que qualquer especie social, cuja sobrevivência dependa ou tenha dependido em algum ponto da sua história da colaboração entre os indivíduos necessita ter instintivamente mecanismos de moralidade.

    Algo que a teoria dos jogos já demonstrou matematicamente.

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  2. Olá, Pantas.
    Especificamente quanto à Teoria dos Jogos ela se restringe à racionalidade das decisões e não vamos convencer nunca os setores religiosos de que há graus de racionalidade e não se trata apenas de um feature binário.
    Até por isso acho esse tipo de experimento de fundamental importância para evidenciar que moral e religião sáo conceitos independentes.

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  3. Moral e religião são conceitos separados, mas idealmente não deveriam ser. Ou melhor dizendo, moral e fé não são conceitos separados, mas moral (ou fé) e igrejas nada tem a ver um com o outro. Sempre cito uma frase do "Vôo da Fênix" nessas horas para explicar meu ponto de vista:

    - Fé aproxima as pessoas. Religiões as afastam.

    Por isso gosto muito da resposta do Chico Xavier à pergunta "Qual é a melhor religião?"

    - A melhor religião é aquela que melhora o homem.

    Obviamente eu entendo que não é necessário ser religioso para ser uma pessoal moralmente elevada, mas ao mesmo tempo também entendo que não é necessário ser racional ou inteligente para tanto...

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  4. A Ciência te dá perguntas sem respostas. A Religião te dá respostas sem perguntas. O método das duas é antagônico o suficiente para ser impossível conciliar.
    Neste caso em particular, estamos tentando tirar da Religião o monopólio sobre a moral.

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  5. Na verdade, ambas são antagônicas apenas porque ambas, na maior parte dos casos querem. Comentei ontem com a Lu que eu acho bonito um dos pilares do kardecismo:

    "Se a Religião e a Ciência entrarem em desacordo, fique com a Ciência".

    É algo raro, eu sei, mas acho legal algumas religiões pelo mundo considerarem não apenas que elas podem conviver com a ciência (como acontecia na figura de Albert Einstein) mas também que elas podem estar erradas e a Ciência certa. A contrapartida, infelizmente, é ainda mais rara.

    Concordo que Boa Moral não é exclusividade religiosa, mas você a encontra com alguma frequência entre os religiosos simplesmente porque você está oferecendo uma recompensa a eles, ainda que intangível, para que eles sejam assim. Não é o ideal, nem entre as religiões por sinal, mas para a absoluta maioria das pessoas é o necessário.

    Parafraseando Nelson Rodrigues, "Por recompensas, o homem é capaz até de boas ações".

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  6. Como sempre, TED rules!

    Otima escolha Norson,

    C:laus

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  7. Codename o conceito de que fé aproxima, é bonitinho, mas está errado. Fé significa acreditar sem necessidade de prova, fé não admite dúvida. Se você tem dúvida a respeito de alguma coisa, você não tem fé a respeito de alguma coisa, automáticamente.

    A ciência funciona exatamente ao contrário, ela é o constante processo da aprendizado através da dúvida, pesquisa para responder estas dúvidas e reavaliação do conhecimento anterior.

    Além disso, a fé só aproxima pessoas da mesma fé, se você tem fé em algo diferente de outra pessoa, você tem potencialmente um conflito por que você não pode admitir que a sua fé é a errada, afinal você tem fé(acredita). Logo, diferente de pessoas racionais que podem discutir e chegar a um consenso, a fé não admite isso, é binária, ou você esta certo ou o outro e a própria natureza da fé implica em não admitir que você possa estar errado.

    E não, Einstein não tinha fé, inúmeras vezes ele veio a público para desmentir afirmações feitas a respeito da crença dele e ele afirmava se incomodar com como as pessoas distorciam o que ele dizia para tentar implicar que ele tinha fé.

    Até teve um movimento nos EUA por parte dos religiosos, judeus inclusos, para expulsar ele de lá por causa das opiniões dele sobre religião.

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  8. Bem vindo, Claus ! A casa é sua (acho que já te falei isso antes em outras circunstâncias...)
    Primeiro estou feliz com o até agora récorde de comentários (8 com este). O conceito deste espaço é justamente debater assim.
    Sobre a fé aproximar pessoas, podemos ver isso no Oriente Médio desde... putz, desde sempre.
    E finalizao usando o ponto citado pelo Pantera e por mim mesmo que essa diferença entre fé e dúvida é que torna, sim, os métodos incompatíveis.

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  9. Bom, voce está falando de fé cega. Se é esse o conceito, então eu não discuto. Apesar de eu ter a sensação, faz algum tempo, de que eu não estou numa discussão.

    Como porém eu pessoalmente tenho tido muito contato com um tipo de fé que não é cega, e que corresponde segundo o IBGE a pelo menos 3.8 milhões de pessoas só no Brasil, eu diria que julgar a fé em si pelo fanaticismo de alguns é generalização. Mas é uma justa, apesar de tudo, dado que eles são maioria.

    Tentemos voltar à discussão. Cito uma frase que eu li recentemente que, se compreendida, explica o que eu penso da fé:

    "Confiança é sempre um ato de fé".

    Sobre o Oriente Médio, volto na frase do Vôo da Fênix. Ela explica o Oriente Médio com precisão.

    E sobre Einstein, o cara que declarou publicamente muitas vezes (inclusive na sua autobiografia) que ele não era ateu, tem uma frase creditada a ele que pode ser usada aqui:

    "In view of such harmony in the cosmos which I, with my limited human mind, am able to recognize, there are yet people who say there is no God. But what really makes me angry is that they quote me for the support of such views."

    Sim, se me lembro bem teve mesmo um movimento para expulsar o Einstein dos States, mas não era por ele ser ateu. Era porque ele não acreditava (e fazia questão de dizer) na visão antropomórfica que boa parte das religiões tem de Deus. A diferença é sutil, talvez sutil demais para alguns pontos de vista como o dos fanáticos religiosos, mas ela existe.

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  10. Tenho que discordar sobre Einstein não ser ateu. Curiosamente, quando cursei Administração de Empresas, tem uma matéria denominada "Filosofia". Peguei justamente o trabalho sobre Einstein naquela ocasião. Sim: era ateu.
    Ponha na conta que muita gente não declarou seu ateísmo no passado com medo de perseguições, que por sinal ainda acontecem hoje embora com ferramentas diferentes.
    Isso inclusive nos relembra da questão da intolerância religiosa: se a religão é uma verdade tão grande assim, por que é preciso impor essa verdade aos outros ?

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  11. Acho estranho o Einstein ser ateu e dizer o contrário na autobiografia dele, mas entendo a razão do comentário.

    Cito de novo outra frase dele, respondendo se ele acreditava em Deus:

    "Your question is the most difficult in the world. It is not a question I can answer simply with yes or no. I am not an Atheist. I do not know if I can define myself as a Pantheist. The problem involved is too vast for our limited minds. May I not reply with a parable? The human mind, no matter how highly trained, cannot grasp the universe. We are in the position of a little child, entering a huge library whose walls are covered to the ceiling with books in many different tongues. The child knows that someone must have written those books. It does not know who or how. It does not understand the languages in which they are written. The child notes a definite plan in the arrangement of the books, a mysterious order, which it does not comprehend, but only dimly suspects. That, it seems to me, is the attitude of the human mind, even the greatest and most cultured, toward God. We see a universe marvelously arranged, obeying certain laws, but we understand the laws only dimly. Our limited minds cannot grasp the mysterious force that sways the constellations. I am fascinated by Spinoza's Pantheism. I admire even more his contributions to modern thought. Spinoza is the greatest of modern philosophers, because he is the first philosopher who deals with the soul and the body as one, not as two separate things."

    Sobre a religião ser imposta, volto de novo na frase do Vôo da Fênix, por uma questão de dialética. Até porque não é a religião que é a verdade, apesar do que dizem os religiosos fanáticos.

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  12. "The problem involved is too vast for our limited minds" é a frase que define o agnóstico. Carece de confirmação, claro, mas caso confirmada já tira ele do grupo de religiosos.

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  13. Agnóstico não é ateu. Agnóstico, ao pé da letra, é o cara que admite que não é possível determinar se Deus existe ou não, logo ele nunca nega a existência de Deus. Ser agnóstico tira Einstein do grupo dos teístas, como também o tira do grupo dos ateístas, mas não necessariamente o tira do grupo dos religiosos (eu me considero agnóstico e não me considero excluído do grupo dos religiosos, só me considero excluído do grupo dos que acreditam cegamente).

    Isso pode ser visto no fato de Einstein dizer que todo cientista tem que ser humilde e admitir não apenas que não é ainda capaz de entender algumas coisas, mas também que ele pode estar errado em coisas que ele tem como certezas. Do meu ponto de vista, era isso que o fazia criticar (duramente algumas vezes) os ateus tanto quanto ele criticava a fé num Deus antropomórfico ou a fé cega típica dos teístas, como na seguinte afirmação:

    " fanatical atheists...are like slaves who are still feeling the weight of their chains which they have thrown off after hard struggle. They are creatures who—in their grudge against the traditional 'opium of the people'—cannot bear the music of the spheres."

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