segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Imbecil do dia (2)

Amigo leitor, vamos fazer um pequeno exercício de imaginação arquitetônica. Não quero complicar nada, apenas pensar em conceitos fáceis e simples de engenharia para um prédio comum, seja ele residencial, comercial ou misto.
O subsolo não tem garagens. Ao contrário, é um grande piscinão, ao estilo dos que são construídos em São Paulo hoje em dia, mas em ocupando a área construída. As bombas do mesmo são responsabilidade do prédio que ficará acima dele. 
Obviamente, esse piscinão é fechado, e o andar térreo é uma área completamente livre e vazada para ar e luz, contendo apenas as colunas de sustentação do prédio, 4 rampas automotivas (duas para subir e duas para descer), ou duas rampas mão dupla, e um acesso para pedestres com escadas e uma rampa acessível. 
Lembrando que o recuo de terreno é obrigatório, essa área recuada teria árvores. 
O acesso para pedestres leva direto para o segundo pavimento com acesso ao primeiro, que é uma área livre para estacionamento de qualquer pessoa. O primeiro andar também é vazado, embora com muretas de proteção resistentes a batidas de carro.
Entre o primeiro e o segundo pavimento, temos apenas duas rampas, ou uma mão dupla, que chega à entrada particular do edifício.Tanto o térreo quando o primeiro andar (estacionamento) são iluminados pelo prédio e às custas deste. Naturalmente, painéis solares na cobertura associadas a baterias podem torna esse custo bem mais em conta.
Resumindo: o prédio começa mesmo no segundo andar. O que hoje seria o térreo cria uma área livre para pedestres e o primeiro andar gera algumas dezenas de vagas de estacionamento para qualquer indivíduo, seja ele morador, trabalhador ou visitante do prédio. Ou qualquer um apenas de passagem por ali. O pé direito desses pavimentos iniciais pode ser mais alto que o usual, aumentando a sensação de conforto encarecendo minimamente a obra. O pavimento de veículos pode, inclusive, ser duplo ou triplo até.
Algum engenheiro civil vai dizer que compliquei alguma coisa? Que quero o que é tecnicamente impossível?
As vantagens disso são diversas:
- Transforma-se área construída em estacionamento, com custos privados. 
- Gera-se área de passeio a pé
- Gera-se áreas verdes.
- Melhor controle pluvial, evitando-se enchentes.
- Reduz-se drasticamente o perímetro do prédio, que deixa de ter muros e passa a ter apenas o controle de acesso de veículos e pessoas, ficando muito mais seguro.
Se fosse construídos alguns desses lado a lado, a região torna-se uma grande palafita de prédios, sem carros atrapalhando as pessoas que poderiam caminhar livremente pelo chão. Um prédio um pouco mais alto já permite que se tenha uma quadra ou uma pista de skate em baixo. Sei lá, amigo leitor, envie sua ideia.
Até entendo que nem todos os condomínios residenciais queiram ficar sem as áreas livres no térreo, mas o projeto encaixa como uma luva para os prédios de escritórios, justamente onde o fluxo de veículos é maior e ficaria sem carros estacionados nas ruas. 

Pois é. Mas em São Paulo caminhamos na contra mão. Segue link
Francamente, sr. Franco, o senhor acha que diminuir as vagas vai fazer as pessoas terem menos carros? O caminho é criar vagas para tirar os carros das ruas e fazer com que o tráfego, seja de carros ou de ônibus, flua melhor. O plano do senhor Franco coloca mais carros estacionados nas ruas. Ele se esquece de que o morador até pode achar bonitinho não ter carro no momento em que se muda para o prédio, mas essa opinião pode mudar com o tempo, e isso gera demanda por vagas, piorando o cenário. 
Fernando de Mello Franco: o burro agudo do dia.

Um comentário:

  1. PQP! E a água no piscinão pode ser aproveitada pra... tudo! lavar chão, regar planta. economia total a longo prazo.

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